Em entrevista ao site da Academia Brasileira de Letras, Marcos Vinícios Vilaça ressalta o interesse da ABL em interagir mais com a sociedade, além da necessidade da instituição em atualizar-se, frente às tecnologias e aos meios de comunicação contemporâneos.
Em sua última gestão como presidente da Casa de Machado de Assis, o senhor focou na aproximação da ABL com a sociedade através do uso de diversas tecnologias. Há alguma chance disso se repetir?
Há todas as chances. A ABL não pode e não deve ficar parada no tempo. Hoje vejo meus netos usando o Orkut, o Twitter, e vejo o quão rápida está a comunicação, a interatividade para esses jovens. Definitivamente nós temos de entrar nesse meio.
Hoje não só pessoas usam o twitter, mas empresas testam sua popularidade e lançam novidades. Como o senhor vê essa integração da ABL com o twitter?
Se eu tuíto, tu tuítas e eles tuítam, a Academia também tuíta. O Supremo Tribunal Federal já está nessa, sites de venda on-line já lançam promoções exclusivas, personalidades de todos os meios já criaram uma espécie de “linha direta” com os fãs. Faltava a ABL. Digo faltava, pois não falta mais. A Academia precisa manter permanentemente uma linha direta com os seus seguidores.
Os jovens passam muito tempo no que chamamos de mídias sociais. Este é um filão em que a ABL busca entrar?
Foi como eu disse no começo: meus netos não saem do Orkut, do MSN, do Twitter... Se é lá que a juventude está, é lá que precisamos ir. Se num primeiro momento os moços não vêm à Academia, então a Academia precisa ir até eles... Para muitos deles, até ser apresentada. São horas que eles passam a fio teclando – como dizem no linguajar próprio.
A internet seria, então, considerada mais uma ferramenta de incentivo à leitura e à produção textual?
Mas é claro! Há quem diga que é uma ferramenta que faz justamente o contrário, que atrofia. Mas eu não vejo assim. Olhe, se uma pessoa consegue passar toda uma ideia em 140 caracteres, ela é atrofiada ou possui um bom poder de síntese? Então pronto! Não adiantar vir com a besteira que tudo na internet não presta. Isso é mentira! Tem muita coisa boa sim, mas é preciso selecionar. Da mesma forma há muita coisa ruim encadernada e vendida em livrarias. É preciso ter critério.
Para concluir, podemos esperar novidades para o Portal da ABL?
Como nesse mundo on-line tudo acontece tão rápido, o Twitter da ABL já não é mais novidade, mesmo recém lançado. Mas haverá muita coisa nova sim. O site que estamos preparando para o Centenário de Morte de Joaquim Nabuco é uma delas. Também já está na hora de mudarmos um pouco a “cara” do Portal. Volta o VOLP e adicionamos mais interação com os internautas e assim já teremos dado mais um passo adiante.
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